Claro que furacão é um nome muito forte para um evento que ocorre no mediterraneo. Aqui eles chamam de Medicane (em vez de Huricane)
Um centro de baixa pressão atinge menos de 1000 hpa com um vórtice bem definido girando em sentido anti-horário com linhas de pressão formando um desenho igual ao desenho que forma um furacão no Atlântico.
Falando de nomes: Furacão e Tufão tem nomes diferentes por causa da localidade onde ocorrem enquanto um ciclone se transforma num furacão ou num tufão no momento que os ventos ultrapassam os 150 km/h.
O mediterraneo é muito pequeno para formação de um furacão ou tufão, mesmo que em certas condições os ventos locais possam passar de 150 km/h. Ventos como o Bora no inverno podem atingir até 300 Km/h mas não formam o desenho típico de um furacão.
Conhecer os regimes de vento do mediterraneo é fundamental para navegar por aqui, mesmo que você resolva pegar somente os ventos de verão, às vezes você se encontra diante de um Meltemi (vento típico do Egeu) que te quebra as pernas.
Voltando à experiência vivida em Malta. O ciclone Daniel passou ao largo do canal de Malta suficientemente perto para sua borda exterior ocidental passar sobre as ilhas. Ficamos monitorando o andamento dos ventos para entender como nos abrigar dos efeitos do Daniel.
Eu e a Miriam não gostamos de enfrentar ventos fortes atracados em Marinas então fizemos o que achamos correto fazer. Preparar o barco e procurar uma ancoragem segura (claro que isso é psicologicamente relevante mas não muito relevante sob o ponto de vista prático)
A ideia aqui é compartilhar um pouco de conhecimento náutico e situações enfrentadas no mundo real que, segundo Murphy, emprega toda a sua energia para provar que alguma coisa que pode dar errado vai dar errado no pior momento possível.
Ter em mente as lições do mestre Murphy sempre nos coloca em alerta. Não esperar que o vento diminua porque escapou a escota da genoa. E o caso típico que Murphy nos ensina: O vento vai aumentar de intensidade sempre que você estiver num veleiro e ocorrer um problema com suas velas !!!
Pode parecer cruel, mas isso é libertador. Imagine que você não está preso à crença de que algo pode melhorar. O que sobra ? Você deve fazer o que deve ser feito e pronto.
Murphy no mar é um mestre implacável, mas um bom mestre sem ser um mestre bom !!!
A estratégia é tudo neste caso. O furacão DANIEL puxou consigo ondas de 5 a 10 metros. Isso é uma tragédia no mediterraneo. A dinâmica das ondas num mar pequeno torna a navegação uma arte. Entender as ondas que começaram sua formação a uns 500 km de onde você está e perceber que outras ondas tem direção completamente oposta das ondas provenientes do furacão me fez pensar no tamanho do mediterraneo.
Um medicane começa e termina num prazo médio de 1 semana. Neste prazo ele se desloca por sobre o mar até encontrar terra e começar a perder força. Como o mediterraneo é geograficamente uma extensão de água chamada de Mar e não de Oceano, as ondas começam no mar, vão até as margens e refletem voltando sobre outras ondas que estão sendo formadas.
Considerando a baixa profundidade essas ondas têm um formato menos alongado e são mais íngremes, o que é um desastre para navegação.
Navegar um medicane não é uma boa ideia !!!
Então procuramos abrigo. O que achamos era próximo da entrada do porto de Malta (Valletta) ancorado numa pequena baía dentro do porto.
Fizemos ancoragem de proa e amarração popa. Local com profundidade de 8 metros.
Claro que Murphy tinha o que falar e falou da seguinte forma: As ondas previstas no local viriam de uma direção, mas por causa da geografia do porto estas ondas refletem internamente e se propagavam em uma outra direção, pegando o LADY BLUE de traves.
Estávamos bem ancorados e atados a terra com cabos fortes. Os primeiros dois dias do furacão foram voltados a manter as coisas em pé dentro do veleiro. Nada muito diferente do normal.
Minha experiência (quase inexistente) me disse que ali não seria confortável passar os outros dias na mesma posição, então soltamos os cabos de popa e ficamos de proa para as ondas, deixando o vento entrar de boreste.
O dondolio melhorou muito !
Com essa mudança melhorou o estado de ânimo do pessoal de bordo. Não sentimos a presença de chuvas muito fortes nem de ventos muito fortes, mas ao olhar o quebra onda do porto percebemos que as coisas estavam feias do lado de fora.
O estranho é que já ficamos várias vezes nessa ancoragem e o movimento de entrada e saída do porto é intenso durante todo o dia e toda a noite. Nestes quatro dias não vimos sequer uma embarcação deixar o porto.
Na ancoragem deixamos a razão de 8x1 entre corrente e profundidade (8 vezes a profundidade do local da ancoragem contado do bico de proa). No liame eu tenho 100m de corrente e 20 de cabo. Nunca usei a parte do cabo para ancorar.
O LADY BLUE se manteve no mesmo local relativo durante todo o evento e sentimos que nossa decisão, naquela situação, foi correta.
Em algumas marinas de Malta os incidentes e pequenos danos foram a regra. A experiência de vivenciar uma situação como essa nos mostra que a solução mais simples costuma ser a mais eficaz.
Quem vive no mar precisa ter em mente que somos insignificantes perto das forças envolvidas e essa insignificância precisa ser transformada em humildade.
"Senhor, o teu mar é tão grande e o meu barco tão pequeno!"
Para onde o vento vai
Os sonhos são feitos do mesmo material que os loucos, a vontade é feita de vento e o resto é feito de areia
WWW.SOTAVENTO.COM.BR
Bem-vindo a nossa casa.
Aqui contamos histórias sobre nossas peripécias dando a volta ao mundo em nosso veleiro. Nós somos: Fabio, Miriam, Caio, Rafael e Cacau e não sabemos onde vamos parar, só sabemos que vamos "Para onde o vento vai".
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
A semana do furacão DANIEL
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
Canal de Messina
Travessia do Canal de Messina
A trafego é tao intenso atravessando da Sicília para península ou vice e versa e o trafego de embarcações que vem do Tirreno em direção ao Iônio e vice e versa, juntamente com a corrente de mare que não segue somente uma direção e é fortemente influenciada pelos ventos e pelo fluxo e refluxo das águas que trocam os dois mares que atravessar o canal de norte a sul como fizemos precisa de alguma antecipação.
Correntes
Em primeiro lugar é necessário conhecer a corrente que nestas águas pode chegar a 5 nos ou mais dependendo do vento. Para conhecer a corrente veja o site: http://www.correntidellostretto.it
Muitos dos mitos do passado se devem exatamente as correntes que podem gerar vórtices e redemoinhos que fazem uma pequena embarcação passar por apuros...
VTS
O Controle de trafego do canal (VTS Messina) segue um procedimento definido oficialmente pela Itália. Antes de entrar na zona de trafego o operador de VHF de uma embarcação sujeita ao controle deve chamar o VTS Messina pelo VHF e fornecer informações detalhadas da embarcação, porto de origem, porto de destino, tipo de carga, numero de passageiros, etc, etc.
Isso é facultativo para embarcações com menos de 50 metros de comprimento (caso do LADY BLUE). Neste caso você pode navegar pela zona inshore (com AIS ligado se quiser) prestando muita atenção ao trafego de pescadores de peixe espada e as balsas que trafegam 24 horas por dia em quase qualquer condição de vento e mar, em um sem fim de ir e vir que você deve reconhecer para não atrapalhar o trafego do canal e não ser abordado por VHF pelo operador do VTS ou pela "Guardia Costiera".
Pesqueiro de peixe espada procurando um cardume no meio do canal
A manutenção da velocidade minima (5 nos) e o rumo certo e previsível é importante para não chamar a atenção do pessoal de controle. A travessia pode ser feita a qualquer hora do dia ou da noite, mas eu recomendo faze-la de dia para que a leitura dos movimentos das embarcações seja mais precisa.
quinta-feira, 22 de abril de 2021
A única certeza é a incerteza.
Estamos nos preparando para retornar a rotina de navegação neste verão. A única certeza até agora é a incerteza.
Por causa do COVID e do trabalho eu quase esqueci o que significa alidade, nadir, marcação, zênite, amuras, etc. Inaceitável ficar tanto tempo sem navegar. Falta sal circulando no sangue e isso reduz a expectativa de vida em vários anos...
O LADY BLUE está passando por um pente fino e várias revisões. A quantidade de detalhes e de coisas a fazer chega a ser assustadora, mas eu tenho um plano: Fazer duas coisas por dia, todos os dias, de segunda a segunda. Eu montei um esquema usando um site online chamado TRELLO. Muito legal. Me permite criar as listas e documentar o andamento das coisas com fotografias, textos e datas. Fica a dica.
Já estou nessa labuta desde que cheguei aqui na Itália em outubro de 2020.
Manter um barco com mais de 20 anos de fabricação é sempre um desafio. Peças, materiais e equipamentos sempre precisam de alguma adaptação. 100% das coisas que quebram estão fora de fabricação e o ajuste é a regra. Meu filho diz que me tornei um "gambiarrista profissional", eu prefiro dizer que sou "muito adaptável".
O pior é a eletrônica. As mudanças nesta área são muito velozes e nem sempre mantém compatibilidade com as versões mais antigas. Uma mudança pode implicar em milhares e milhares de euros de investimento.
Uma das minhas maiores dores de cabeça é o fato do motor começar a fazer muita fumaça. A fumaça veio acompanhada de um cheiro de diesel não queimado e de cor branca. O motor perdeu potência. Os especialistas em motores diesel podem dar suas dicas, mas falei com muita gente e fiz um monte de pesquisa até que resolvi usar um líquido para limpeza dos bicos injetores e da bomba (sem desmontar nada). Agora resta somente 20% da fumaça que o motor soltava antes da limpeza. Ao mergulhar no motor percebi que os parafusos que seguram a bomba injetora não estavam fixados corretamente. Um último ajuste e acredito que o motor esteja pronto para navegar.
Resta ainda fazer a manutenção anual. Limpar o fundo, passar a venenosa, trocar os anodos, trocar óleo, filtros, etc, etc
Fora estas pequenas (gigantescas) dores de cabeça, o resto é só problema administrável mesmo. O corolário de Smith sobre a Lei de Murphy diz que se uma coisa pode dar errado, ela vai dar errado no pior momento possível, causando a maior dor de cabeça possível.
Desta forma, o que resta fazer é simplesmente manter tudo o mais arrumado e revisado de modo a ter um conjunto de coisas que você nunca pensou que daria problema, para lidar com isso quando e se acontecer.
Aos poucos as coisas vão entrando nos eixos. Estamos em abril e a temporada da navegação depende do que vai acontecer com o COVID. Aqui estamos numa ciranda maluca sem saber ao certo se teremos condição de sair de um porto e entrar em outro porto. Nossos planos e os planos das autoridades sanitárias são tão mutáveis que eu ainda não fixei nenhuma rota ou mesmo fiz qualquer pesquisa sobre o assunto.
O estranho é que, no mundo inteiro, as mortes pelo COVID são o centro da atenção. Como se não morresse mais gente de nenhuma outra forma. Todos estão preocupados, mas essa preocupação escode interesses políticos e econômicos. Não sei onde isso vai dar.
Como sempre, navegar é preciso, viver não é preciso. Claro que a precisão tem a ver com a possibilidade e por enquanto estamos navegando na incerteza.
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
Navegar ou não navegar, questão complicada em tempos de COVID-19
Estou numa maratona sem fim de tentativas frustradas de voltar para o LADY BLUE na Itália. A Alitalia cancelou o voo em abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e agora eu desisti de voltar pela Alitalia. Que vergonha de CIA aérea.
Eu preciso voltar para o LADY BLUE, para os meninos, para Cacau, para minha rotina de navegador. O sal já diluiu nas minhas veias. Já estou cansado dessa vida de terrestre. Socorro: Minha cama não balança com o vento !!!
Se as coisas entrarem nos eixos, voltamos para Itália em Novembro/2020. Precisamos fazer uma revisão detalhada do LADY BLUE, especialmente do motor, estaiamento e velas. Não dá para sair para o mar sem uma boa expectativa de voltar por conta própria.
O tempo está passando e junto com ele a paciência para aguentar essa loucura que está sendo o COVID-19 ao redor do mundo. Não parece doença, acho que é muito pior que doença, acho que é politica. E tem tanto gente que acredita em quase tudo sobre isso que me assusta avisar o povo que as pessoas morrem mesmo... É o ciclo da vida: Nascer, Viver, Morrer... A questão relevante aqui é: Quanto tempo você navegou entre o primeiro e o último evento de sua vida ?
De qualquer forma eu perguntei para meu clinico geral sobre quais as precauções que eu devo tomar em relação ao COVID-19 e ele brincou comigo dizendo o seguinte: Disso eu não si muito bem porque eu não me meto com política.
De qualquer forma, meus filhos estão sozinhos na Itália e eu estou impossibilitado de voltar para casa porque eu sou italiano mas estou no Brasil.
terça-feira, 5 de julho de 2016
E a vida continua !!!
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Medo e coragem
Onde entra o medo e onde entra a coragem? O medo é seu aliado, a coragem é sua inimiga. Voce nunca é mais forte que os elementos isso pode ser aprendido de diversas formas, todas elas bem doloridas e custosas. Minha reflexao nao vai aproximar voce que esta lendo da verdade, so vai me permitir o prazer de dizer em voz alta: EU TE DISSE e a elegancia de guardar este prazer so para meu uso pessoal.
Agora vamos ponderar um pouco. O medo nao deve ser um aliado muito proximo, nem a coragem uma inimiga muito temida. Use o bom senso, afinal se voce perguntar para qualquer ser humano em qualquer lugar do mundo sobre sua propria dotaçao de bom senso voce percebera que a coisa mais bem distribuida entre todos é exatamente aquela que faz falta no momento de maior dificuldade (exatamente o bom senso) !!!
Bom senso se constroi. Tenha medo, mas va adiante, navegue no contravento somente enquanto for prazeroso, caso contrario troque o destino. O que importa é o caminho e o que importa ainda mais que o caminho é chegar !!! Sempre é melhor chegar que nao chegar. Outra frase que descreve muito bem o prazer de navegar é que ele começa quando vc se faz ao mar e tem seu climax quando voce atraca, amarra ou solta a ancora... Um trajetoria singrada com sabedoria tem, inicio, meio e fim !!!
Essa é uma liçao que deve ser repetida sempre e aprendida pela experiencia dos outros.
Voltando ao dia a dia.
Afastado que estive do blog voltei ao Brasil para trabalhar e ajustar os negocios. O Brasil nao esta bem de saude e as coisas podem piorar ainda mais, mas agora nao é hora de trabalhar. Agora é hora de navegar. O verao europeu chegou com força. O calor e o sol onipresentes fornecem combustivel para um regime de ventos interessante que começa perto do meio dia e termina perto das oito horas da noite (Isso vale para todos os dias, menos para aqueles dias em que isso nao acontece - bem-vindo ao Mediterraneo). Com este regime saimos de Licata passeando pelo Canal da Sicilia até chegar no Tirreno Meridional Oeste. Na ponta da Sicilia nos deparamos com as ilhas Egadi ( Estou novamente na Sicilia fazendo a circunavegaçao e descobrindo uma Italia um pouco diferente da que eu conheço e muito diferente da Italia do Norte.
Uma perola aqui, outra ali, encontramos uma reserva marinha onde voce nao pode fazer nada, mas se pagar por uma poita voce pode fazer tudo... Isso me lembra tanto o Brasil... mas navegar nestas aguas e neste regime de ventos é diferente de navegar pelo Brasil. A radio aqui é onipresente em Italiano e num ingles mecanico ditado por um computador que dita a situaçao dos ventos e do mar nos diversos departamentos italianos e nos diversos mares que banham a italia. "Avisi di burrasca no vuakaefe (VHF para os incautos...)"
Navegar 5 horas, chegar, soltar ancora, nadar, levar Cacau para passear, conversar, churrasquear, dormir. Repetir a rotina... Isso acaba ficando uma vidinha mais ou menos... Rapidinho a gente se acostuma com esta simplicidade. Em San Vito lo Capo encontramos a temperatura da agua a 27.5C... Do lado de fora fazendo 35C. Mas a vida nao é so uma soma de prazeres mundanos, como um bom vinho italiano, uma boa pizza ou algum milagre culinario da Miriam. De tanto em tanto algum reparo aqui, algum ajuste ali (afinal estamos num veleiro e sempre tem alguma coisa para reparar).
A agua !!! Esta é outra coisa impressionante para quem navega por estas bandas. Basta fazer a curva e sair do canal da Sicilia que a agua ja começa a ficar transparente ... Numa das primeiras ancoragens o Caio gritou da proa "ta bom aqui, estou vendo o fundo" e eu falei, ainda nao, tem mais de 10 metros abaixo da quilha !!! e a gente vai se acostumando com a mudança.
Mudança é a regra de vida de quem vive no mar. O vento muda, o mar muda, e nos, mudamos também. Em alguns lugares o dia passa devagar e voce vai na mesma, em outros lugares vc chega e sai rapidinho sem perceber o que aconteceu com o dia !!! O tempo tem outra dimensao por estas aguas !!!
Nesta época é bem seguro navegar por aqui, mas as borrascas sempre devem ser acompanhadas de perto e especialmente por causa das caracteristicas do fundo desta regiao. As ondas que se formam aqui tem periodo muito curto, isso provoca um forte desconforto com muito balanço. Evitar, sempre que possivel, caso contrario achar abrigo e esperar a borrasca passar. Claro que para alguns somente mar ruim faz bom marinheiro, mas para nos que vivemos a bordo, pegar mar ruim é uma opçao e nao um acidente. Aprendemos a ficar quando devemos ficar e sair quando devemos sair.
E, para lembrar sempre nosso lema. Para onde vamos ? Para onde o vento vai ... Sem pressa !!!
PS: Faltam acentos, mas eles estao faltando no meu teclado italiano !!!
terça-feira, 30 de setembro de 2014
Um pouco de história ... "Nasce um mar"
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Paradigmas de gelatina
Com base no que tenho visto por aqui, eu acredito que para você conhecer bem a Grécia são suficientes uns 10 anos... e ao pessoal que me pede para comparar Grécia com o Caribe eu só tenho a dizer: Eu não faço esta comparação, seria injusto com o Caribe !!!
domingo, 16 de junho de 2013
Onde fica nossa casa ?
O engraçado é que eu aprendi que parte do segredo de ser feliz é colocar seus sonhos e objetivos onde você possa alcança-los e escolher alguém para viver com você que fará de tudo para que você seja capaz de fazê-lo. A vida fica tão mais simples assim. E assim eu fiz. Meus sonhos, juntamente com os sonhos da Miriam foram colocados em lugares acessíveis. Para facilitar ainda mais nossa vida, transformamos sonhos em objetivos. Objetivo é uma coisa que você pode marcar data, alocar orçamento, prever e planejar. Quando alcançado você pode dizer que realizou um sonho, que é algo um tanto intangível...
Realizamos um sonho ao viver na Italia por mais de 9 meses. Agora somos Ítalo-Brasileiros. Cidadãos em um continente em que esse conceito é levado a sério. Deixamos nosso amado LADY BLUE na Sicilia e viemos para Segusino ( um lugarejo perto de Treviso e Venezia ) que para nós passou a ser o nosso centro do mundo.
Andamos muito de carro pela Italia ( que é lindíssima ). Descobrimos mais sobre nossas raizes e nossos antepassados. Conhecemos nossas familias italianas, tanto a minha quanto a da Miriam. Pessoas especiais que vão conosco onde formos. Descobrimos mais sobre nós mesmos. O Caio e o Rafa em franco processo de amadurecimento parecendo mata-borrão...
Vimos o lado bom mas também percebemos que existe um lado ruim. Parece que em todas as coisas existe um lado bom e um lado ruim. Assim é também a Europa como assim é também o Brasil.
Agora é hora de deixar a Italia e voltar a rotina de viver a bordo. O próximo objetivo está estabelecido. Vamos planejar para realizá-lo.
Resta ainda saber como vai ficar o coração com a despedida. A casa na Italia fica para trás como ficou a casa no Brasil.
Na verdade essa é uma pergunta irrelevante: Sua casa é seu abrigo. Seu lar é onde se encontra você com sua família. Eu tenho o privilégio de viver com minha família compartilhando os momentos que a vida nos oferece... e que privilégio !!!
A vida continua e dentro em breve voltamos para o LADY BLUE.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Ventos Mediterrâneos, vida nova, mares antigos
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Fechamento do ciclo
Enrijecemos na expectativa de problemas e não temos a oportunidade de vivenciá-los. A vida ensina através dos acertos, mas são nos erros onde as lições que permanecem com mais vigor em nossas memórias estão sempre presentes. Então cometa erros, mas faça, dê o primeiro passo !!! Corte as amarras que prendem você a vida que você gostaria de mudar.
Agora encerramos o primeiro ciclo de nossa volta ao mundo em família. A viagem de circunavegação do Atlântico que eu, Miriam, Caio e Rafael fizemos ao longo dos anos de 2010, 2011 e 2012. O Ciclo se encerrou com duas palestras que proferimos no Rio Boat Show e na ABVC (Centro Cultural da Marinha).
Durante a viagem colecionamos mais de 10000 fotografias. Como uma imagem fala mais do que 1000 palavras, abaixo contamos um pequeno pedaço da história. No facebook você pode encontrar o álbum completo com as fotos selecionadas para as palestras.
Espero que vocês gostem e resolvam dar o primeiro passo
Açores - Faial - Vulcão Capelinho